quarta-feira, 25 de junho de 2014

A Rainha (de Alma Welt)

                             A Rainha - ponta seca de Guilherme de Faria , 1968

A Rainha (de Alma Welt)

Sonhei que minha mãe era a rainha
Como aquela da gravura do Guilherme
Mas não tão má, realmente, nem mesquinha,
Muito menos ressequida na epiderme.


Mas com ar altivo e frio que dá medo
A minha mãe era bela e tinha pena
De eu ser de meu pai um arremedo
Que era o que ela vê e já condena.


“Báh, Poeta! Isso não pode dar certo!
Onde estão os domésticos valores
E morais, de que nunca a vi por perto?”

E eu sofria por não lhe corresponder
Ao estrito molde, prendas e pendores
Que preferia transgredir do que morrer...


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